Havia uma porta atrás da qual residia um sorriso. Tragicamente, a campainha estava avariada. Decidiu, por isso, bater com os nós dos dedos, uma, duas, três vezes, num compasso qualquer ritmado que fazia lembrar uma melodia conhecida. Esperou. Nada. O sorriso não estava em casa. Tinha ido ao dentista. Pôr-se bonito.
- É aqui.
- Aqui? Não acredito.
- Podes acreditar. Experimenta tocar.
- Onde?
- Aí na campainha.
- Aqui?
- Pronto. Era uma vez uma campainha…
- Não tenho culpa. Isto está-se tudo a desmanchar.
- Não é casa que se apresente, não.
- Parece o Monte dos Vendavais.
- Experimenta bater e chamar: Heathcliff, it’s me, Cathy.
- Não me chamo Cathy.
- Nem ele se chama Heathcliff.
- Ele quem?
- O sorriso. Não é por isso que estamos aqui?
como sempre, fico muda perante ti... mas talvez essa seja a melhor forma de sorrir. sem palavras a apatrapalhar :)