azul, cinzento, verde


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A cor dos olhos mudava a cada raio de luz. Por isso, o mundo parecia-lhe diferente a cada passo. Umas vezes azul, outras cinzento, outras ainda verde. Ansiava o branco luminoso, contudo.


8 reacções a “azul, cinzento, verde”

  1. Anonymous Anónimo 

    Nunca estamos contentes com o que temos.
    Olhei-te dentro dos olhos.
    Esperei para sentir.
    Que olhos inquietantes de paz...

    Continuamos em sintonia. Vai ao puro...

  2. Anonymous Anónimo 

    É a primeira vez que aterro por estes lados, gostei muito. Abraço

  3. Anonymous Anónimo 

    És tu, não és? =)

  4. Anonymous Anónimo 

    mas sempre abertos ;) *

  5. Anonymous Anónimo 

    macaso: eu estou contente com o que tenho. É pouco, mas é meu, e estou feliz por isso. Uma coisa é o que sinto, outra coisa é o que sente a foto.

    Naked lunch: um abraço tb. Irei visitar-te.

    Bill: sim, sou eu. Mas quem sou eu? lol

    Ebola: Sim, sempre abertos, à espera de ver os amigos... beijo com Peter Murphy. ;)

  6. Anonymous Anónimo 

    Não estava tanto a falar de ti, mas mais de mim. A falar de mim através de ti. E também a generalizar. Ainda bem que estás feliz pelo que tens, ainda bem...Pensei que a foto fosses tu, pelo menos tu em algum momento.

  7. Anonymous Anónimo 

    sim macaso, sou eu na foto. mas deixo de o ser a partir do momento em que é uma imagem, em que são palavras. eu e a broa quente não são a mesma. uma escreve, outra é escrita.

  8. Anonymous Anónimo 

    Afinal escrevemos o que somos ou somos o que escrevemos?
    Ou nem uma coisa nem outra?
    Poderemos escapar de nós próprios?
    Poderemos ser nós próprios?
    Se pusermos a máscara já não somos nós?
    E se tirarmos a máscara ainda somos nós?
    Não sei se estas perguntas têm algum sentido.
    Acho que o Einstein dizia que devíamos fazer perguntas ingénuas,
    perguntas de criança,
    daquelas que, quando crescemos, deixamos de fazer,
    não sei se por vergonha
    se por nos termos convencido que não há resposta.


    - Serpente! – gritava a Pomba.
    - Eu não sou uma serpente! – disse Alice, indignada. – Deixa-me em paz.
    - Serpente, digo eu! – repetiu a Pomba, mas num tom mais calmo, e acrescentou, com uma espécie de soluço: - Já tentei de tudo, mas não parece servir de nada!
    - Não faço a menor ideia do que estás tu a falar – protestou Alice.
    - Tentei as raízes das árvores, e as margens dos rios, até tentei nas moitas – continuou a Pomba, sem lhe prestar atenção. – Mas parece-me que não há meio de me livrar destas serpentes!
    Alice estava cada vez mais perplexa, mas achou que não valia a pena dizer nada até a Pomba ter acabado o seu discurso.
    - Como se não bastasse o trabalho de chocar os ovos – disse a Pomba. – Ainda tenho de me prevenir constantemente contra as cobras, de dia e de noite! Ora, não consegui pregar olho nestas três semanas!
    - Lamento imenso que te tenham incomodado – disse Alice, que começava a entender o que a Pomba queria dizer.
    - E agora que me tinha instalado na árvore mais alta do bosque – prosseguiu a Pomba, elevando a voz num guincho, - e agora que pensava estar finalmente livre delas, tinham logo que vir a contorcer-se do céu. Malditas serpentes!
    - Mas eu não sou uma serpente, estou-te a dizer! – disse Alice. – Sou… sou uma…
    - Bem! o que é que tu és? – perguntou a Pomba. – Bem vejo que estás a tentar inventar alguma coisa!
    - Eu… eu sou uma menina – disse Alice, um pouco duvidosa, lembrando-se das diversas transformações que sofrera naquele dia.
    - Pois está-se mesmo a ver! – exclamou a Pomba, num tom de desprezo absoluto. – Eu cá já vi muitas meninas, mas nunca encontrei uma com um pescoço desses! Não, não! Tu és uma serpente e não vale a pena negá-lo. Suponho que a seguir me vais dizer que nunca comeste um ovo.
    - É claro que já comi ovos – confessou Alice, que dizia sempre a verdade. – Mas bem sabes que as meninas comem ovos tal e qual as serpentes.
    - Não acredito nisso - disse a Pomba. – Mas se assim é, então nesse caso elas são uma espécie de serpentes.


    (Lewis Carroll)

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