A música entrou-lhe no corpo antes de ele o fazer. Suavemente, atirou-a contra a parede e sugou as lágrimas que ainda teimavam em cair pelo rosto, peito e ancas abaixo... Deram uma volta e outra, cravaram as unhas um no outro, num tango intenso e ritmado, com electricidade nos acordes. Havia urgência em terminar, claro que havia. A música não dura sempre, sabes? A dança quase que doía, tanto ou mais que um coração despedaçado. Mas era necessário que dançassem, que batessem com os pés no chão e entrassem no delírio frenético daquela melodia. Ela olhou-o e ele nada pôde fazer. As pernas paralisaram perante os movimentos indecentes de quem não tem nada a perder. Num gesto quente e pleno de ira, soltou-se a vontade das amarras e caíram na cama, enquanto o disco passava sons de mistério.
Escrito ao som de "Rodada", Dead Combo
Imagino que tenhas ido ao lançamento do Vol. II... :)
boa.
escrever ao som de qq coisa. fundir as duas coisas. consigo lembrar o som e imaginar o momento.
gostaste do disco?
Eu fui, foste?
;)
sim, fui à apresentação do álbum, no maxime. e é muito bom imaginar histórias para certas músicas. no dia seguinte ao concerto (sábado), deslizei sozinha em casa ao som de "rodada", enquanto fazia uma coisa tão pouco romântica como cozinhar um hamburguer para o almoço, lol. gostei (gosto) muito do disco.