"Na vida nada se perde, tudo se transforma". É meu hábito usar esta frase na minha vida porque adequasse a quase tudo e é bem verdade. E neste post se consegue provar que é bem verdade:) Falasse da morte e esta se transforma em vida.
naked: desconhecias a faceta? tss tss.. vê-se logo que não foste ao início deste blog, que funcionava como sombra do lexotan ;) nos primeiros meses só havia poesia.
gatafunha: acho que sim, que é mesmo isso. beijos, linda!
jazzmanel: eu tenho um "fetish" pelo "kitsh", lol. e então, se for "kitsh" de cogumelos... ;)
Uma das coisas mais bonitas em Veneza é o cemitério onde está sepultado Wagner. "Morreu do coração no auge da fama, em Veneza, e foi sepultado num túmulo por ele próprio preparado, em terrenos de sua casa, em Bayreuth.". Todas as flores neste cemitério são de plástico. Só assim se atinge a eternidade.
Uma das coisas mais bonitas em Veneza é o cemitério onde está sepultado Wagner. "Morreu do coração no auge da fama, em Veneza, e foi sepultado num túmulo por ele próprio preparado, em terrenos de sua casa, em Bayreuth.". Todas as flores neste cemitério são de plástico. Só assim se atinge a eternidade.
A primeira vez que fui ao Cemitério dos Prazeres tinha 12 anos. Era miúdo do Barreiro mas vim estudar para Lisboa (apanhava o barco às 6h30) porque, no pós-25 de Abril, as escolas do Barreiro estavam uma confusão (uma confusão boa, percebi eu anos depois...). E vim para a Escola Secundária Patrício Prazeres (Prazeres!) que, na altura, ficava junto ao Castelo de S.Jorge (acho que agora fica perto de Sta.Apolónia), num palacete antigo, lindíssimo, com tinta verde a estalar nas paredes. Vinha com uma colega da mesma idade, a Lurdes, que esteve muitas vezes para ser minha namorada e nunca foi. Na Patrício Prazeres fumei os meus primeiros cigarros e o primeiro charro. E, fora da escola, aprendi - à custa de algumas quedas hilariantes (enfim, hilariantes para os meus colegas alfacinhas batidos naquilo, não para mim), arranhões e uma lesão a sério - a apanhar eléctricos em andamento. Um deles - não sei se já era o 28 - vinha da Graça, passava perto da escola e ia para o Cemitério dos... Prazeres. A palavra (nome de escola, nome de cemitério, nome de outras coisas que eu não conhecia...) fascinava-me. E lá fui, um dia, com os meus colegas que costumavam ir lá para fumar sem que ninguém os chateasse. Fumámos sentados nas campas, lemos os nomes dos mortos e tentámos decifrar o significado dos epitáfios (havia alguns em latim; não sei se ainda há). E havia muito vento vindo de Alcântara e do rio. Havia um cipreste maior do que os outros. E um jazigo com anjos que parecia a capa do «Closer» (nessa altura o «Closer» ainda não existia, mas faltava pouco: faltavam só alguns anos e o «Unknown Pleasures»).
reflexos de caracóis na segunda foto... (não me apetece falar de morte)
naked: estranhamente, estas imagens s
ao vida para mim. não sentes as cores? sim, há caracóis. e não é no cardoso, que o gajo anda-se a baldar, lol
sim, há muita vida neste post. e caracóis. e poesia (desconhecia essa veia...). quando se corta uma veia poética a poesia espalha-se?
só pensando na morte se consegue realmente viver...
Fónix...detesto flores de plástico, pior que isso só bonecas de porcelana!...
"Na vida nada se perde, tudo se transforma". É meu hábito usar esta frase na minha vida porque adequasse a quase tudo e é bem verdade. E neste post se consegue provar que é bem verdade:) Falasse da morte e esta se transforma em vida.
naked: desconhecias a faceta? tss tss.. vê-se logo que não foste ao início deste blog, que funcionava como sombra do lexotan ;) nos primeiros meses só havia poesia.
gatafunha: acho que sim, que é mesmo isso. beijos, linda!
jazzmanel: eu tenho um "fetish" pelo "kitsh", lol. e então, se for "kitsh" de cogumelos... ;)
AG: há muita coisa na morte... :)
eu tenho um fetiche pela kitchen, sobretduo quando vêm de lá um cheirinhoooooooooooooo...
É curioso, até a legenda é poesia: cemitério dos... prazeres!
Uma das coisas mais bonitas em Veneza é o cemitério onde está sepultado Wagner. "Morreu do coração no auge da fama, em Veneza, e foi sepultado num túmulo por ele próprio preparado, em terrenos de sua casa, em Bayreuth.". Todas as flores neste cemitério são de plástico. Só assim se atinge a eternidade.
Uma das coisas mais bonitas em Veneza é o cemitério onde está sepultado Wagner. "Morreu do coração no auge da fama, em Veneza, e foi sepultado num túmulo por ele próprio preparado, em terrenos de sua casa, em Bayreuth.". Todas as flores neste cemitério são de plástico. Só assim se atinge a eternidade.
A primeira vez que fui ao Cemitério dos Prazeres tinha 12 anos. Era miúdo do Barreiro mas vim estudar para Lisboa (apanhava o barco às 6h30) porque, no pós-25 de Abril, as escolas do Barreiro estavam uma confusão (uma confusão boa, percebi eu anos depois...). E vim para a Escola Secundária Patrício Prazeres (Prazeres!) que, na altura, ficava junto ao Castelo de S.Jorge (acho que agora fica perto de Sta.Apolónia), num palacete antigo, lindíssimo, com tinta verde a estalar nas paredes. Vinha com uma colega da mesma idade, a Lurdes, que esteve muitas vezes para ser minha namorada e nunca foi. Na Patrício Prazeres fumei os meus primeiros cigarros e o primeiro charro. E, fora da escola, aprendi - à custa de algumas quedas hilariantes (enfim, hilariantes para os meus colegas alfacinhas batidos naquilo, não para mim), arranhões e uma lesão a sério - a apanhar eléctricos em andamento. Um deles - não sei se já era o 28 - vinha da Graça, passava perto da escola e ia para o Cemitério dos... Prazeres. A palavra (nome de escola, nome de cemitério, nome de outras coisas que eu não conhecia...) fascinava-me. E lá fui, um dia, com os meus colegas que costumavam ir lá para fumar sem que ninguém os chateasse. Fumámos sentados nas campas, lemos os nomes dos mortos e tentámos decifrar o significado dos epitáfios (havia alguns em latim; não sei se ainda há). E havia muito vento vindo de Alcântara e do rio. Havia um cipreste maior do que os outros. E um jazigo com anjos que parecia a capa do «Closer» (nessa altura o «Closer» ainda não existia, mas faltava pouco: faltavam só alguns anos e o «Unknown Pleasures»).
"Horas, horas sem fim,
pesadas, fundas,
esperarei por ti
até que todas as coisas sejam mudas.
Até que uma pedra irrompa
e floresça.
Até que um pássaro me saia da garganta
e no silêncio desapareça."
Eugénio de Andrade
Então pá????...Morreste???
jazz manel, não morri: renasci, lol ;)