não imaginas como me apeteceu bater-te, dar-te pontapés e murros na cara até te calares e ficares a esguichar sangue no chão...
irritaste-me. mesmo.
naquela noite tinha-te atirado contra a parede e tinha-te apertado o pescoço até engolires todas as palavras e risos histéricos.
não me deixaste ver o concerto em paz. por isso, merecias ter ficado estendida no chão a cuspir sangue.
tinha-te dado murros até te partir os dentes, acredita.
temos vontades muito parecidas para quem nos é querido!
é terrível... aquantidade de vezes que já me apeteceu!
eh lá! calma... não me estou a referir a ninguém que me seja querido... caramba... há limites, apesar de tudo.
calma nisso...
... haja música.
Chiça! :D
- Partia-te essa tromba!
- O quê?
- Foi uma festa de arromba!
- Ah, pois foi. O concerto foi fixe.
- O que vale é que és surdo, cabrão!
- O quê?
- Gosto muito daquela canção. A última que eles tocaram.
- Ah, pois é, é gira.
- Era giro eras tu a sangrar desse nariz.
- O quê?
- Estou a dizer que estou muito feliz.
- Ah, pois. Também eu.
- Eu rebentava era contigo ao pontapé, e era já agora.
- O quê?
- Amanhã. Tu eu e o Zé, à mesma hora.
- Ah, pois. Adeus amor.
- Adeus estupor.